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A história do dinheiro, investimentos e seus eternos desafios

A história do dinheiro, investimentos e seus eternos desafios
Luiz Fernando Schvartzman
Jun. 22 - 7 min read
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Tabaco, açúcar, couro, pimenta, conchas, vinho, ouro, prata, cobre. Tudo isso já foi utilizado como dinheiro

O dinheiro permite que um indivíduo possa trocar algo que ele necessite, como uma roupa, comida ou transporte, sem necessariamente oferecer algo, em igual proporção a sua expertise.  Portanto, permite ao engenheiro comprar um carro, tênis ou um simples pãozinho, nem precisar construir uma casa para o padeiro.

Segundo o economista Friedrich Hayek, a moeda se estruturou de maneira espontânea, não houve nenhum planejamento central ou ordem de algum governo, rei ou império. A passagem do escambo para a moeda-mercadoria se dá quando os comerciantes perceberam quais eram os bens mais desejados e vendáveis, e assim seria mais fácil trocar pelas coisas das quais precisavam.

Era mais fácil obter trocas a partir do sal, pimenta e tabaco do que de uma carroça. Embora ambos fosse itens necessários na época. Por este motivo, os alimentos foram as primeiras e principais moedas.

Com o passar do tempo e a dificuldade de armazenar e portar insumos alimentícios, o metal passou a ser nova moeda. Era mais fácil de carregar, mensurar e não se deteriorava com facilidade.

Mesmo assim, era difícil saber o peso exato e a qualidade do metal. Mas, por volta de 600 a.c, na Lídia, uma cidade-Estado que ficava na atual Turquia que o Governo passou a fundir suas próprias pepitas com peso e grau de pureza pré-determinados e uma gravura que garantia a sua autenticidade.

A partir deste momento, mudou toda a história do dinheiro. Até então, cada pessoa poderia plantar ou até mesmo minerar determinados metais e criar seu próprio dinheiro, mas a partir deste momento, era o governo que controlava a emissão de dinheiro.

Por um lado, isso trouxe maior confiabilidade, tornando o comercio mais fácil e justo, gerando mais negócios. Mas por outro lado o governo deveria minerar e cunhar moedas a todo momento para suprir o mercado. Quando o suprimento para criar moeda diminuía, a economia também reduzia. Por isso, o governo foi misturando metais menos preciosos para conseguir produzir mais moeda e com maior velocidade para suprir a necessidade do mercado, dando início a inflação.

Se o governo gera pouco dinheiro, a economia não se sustenta – ninguém produz pois não há dinheiro no mercado para as pessoas comprarem, mas, se criar muito dinheiro no mercado, afoga a economia, pois todos irão querer comprar e os preços subirão, ocasionando a inflação.

Nos dias de hoje, o Banco Central atua na relação de oferta de moeda e controle da inflação ao ajustar as taxas de juros, impostos e emissão de moedas no mercado. Com taxas de juros mais altas, existe uma tendência de as pessoas comprarem e parcelar menos, evitando, portanto, o aumento de preços. Ao aumentar os impostos e gastar menos, o governo também reduz a circulação de moeda no mercado, também evitando o aumento de preços.

Nunca foi simples organizar e controlar a ofertar de dinheiro no mercado.

Como não podemos controlar a inflação, muito menos as políticas econômicas do governo, portanto, o mais sensato é lidar com o contexto e saber “jogar o jogo”.

Uma parte fundamental do jogo da vida e um impulsionador dos seus planos futuros, são os investimentos. Os investimentos podem acelerar o ritmo das suas conquistas, principalmente aquelas de longo prazo e em contrapartida os empréstimos e financiamentos podem diminuir sua quantidade de conquistas, embora lhe permita antecipá-las.

Você pode comprar uma casa muito antes de ter todo o dinheiro, mas para isso terá que recorrer a algum tipo de financiamento. Ou seja, alguma instituição financeira será o intermediário entre você, que precisa de dinheiro para comprar a sua casa, e muitas pessoas que emprestam este dinheiro em troca de juros sobre este investimento.

O conceito de juros é bastante antigo e surgiu quando o homem estabeleceu uma relação entre o dinheiro e o tempo. Um dos primeiros registros apareceram na Babilônia, por volta no ano 2000 a.C com indícios de que os juros eram pagos pelo uso de sementes e outras conveniências emprestadas. Sendo também pagas com sementes e/ou outros materiais.

Em 575 a.C , já existia uma firma de banqueiros internacionais que obtinham renda proveniente das altas taxas de juros cobradas pelo uso de seu dinheiro para o financiamento do comercio internacional

O mercado financeiro para se equilibrar, precisa que o dinheiro transacione das mais diversas formas, seja pela troca de dinheiro por mercadorias e pelo dinheiro ao longo do tempo.

Com o passar do tempo os investimentos e as trocas de dinheiro foram se sofisticando e criando diversos formatos. De maneira geral, o investimento é uma aplicação ou esforço em que há uma expectativa futura de determinado ganho ou benefício. Os investimentos podem ser financeiros ou não. Quando dizemos que vamos investir na saúde ou educação, pode ser de fato um desembolso financeiro para realizar um curso ou frequentar uma academia, como também um esforço direcionado para obter um resultado a partir do estudo para passar em um concurso, ou correr no parque para emagrecer.

Do ponto de vista de investimentos financeiros, você está emprestando dinheiro para outra pessoa ou instituição e em troca deste empréstimo ela irá pagar uma taxa de juros ou algum tipo de resultado financeiro. Ou também através de compra de alguma participação empresarial ou commodities para ser remunerado pela valorização deste ativo, como acontece na Bolsa de Valores.

E, por incrível que pareça, o dinheiro é um dos maiores atos de crença e fé coletiva. Fé de que você conseguirá trocar alguns papeis que estão na sua carteira, ou números no site do seu banco por trabalho, comida, carro ou até um apartamento.

Certa vez, o gênio da física Albert Einstein disse: “juros compostos são a oitava maravilha do mundo, aquele que entende, ganha, quem não entende, paga”.

Por isso que em países com altas taxas de juros existe uma grande tendência de desigualdade social, como vemos no Brasil, pelo simples fato de pessoas com “sobra” de dinheiro, serem bem remuneradas por este capital excedente, ao destinar seus recursos no mercado financeiro e por outro lado, as pessoas que possuem pouco dinheiro têm que recorrer a financiamentos e empréstimos para subsidiar suas despesas e sonhos, pagando muito mais caro por isso, tendo portanto, maior dificuldade em acumular dinheiro.


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